LIVRO TERAPIA SOCIAL: Fatores socioculturais para o conhecimento e tratamento das doenças mentais. Estratégias para reintegração social do doente mental. PDF Marcos de Noronha
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Resumo
Estratégias para reintegração social do doente mental. Trata-se de um relato intimista da trajetória do autor e a teorização de sua prática em Terapia Social embasada no estudo da Etnopsiquiatria, fazendo no final uma analogia com uma disciplina pioneira em psicoterapia de grupo, o psicodrama.Se os fatores sócio-culturais influenciam quadros psicopatológicos, como sugerem os distúrbios que ocorrem especificamente em determinadas culturas, como então poderiam ser utilizados para auxiliar no tratamento? Quais são as técnicas psicoterápicas que consideram os recursos sócio-culturais para recuperação de pacientes com distúrbios emocionais? Essa amplitude visaria, naturalmente, uma maior eficácia no tratamento dos quadros emocionais, que cresce, cada vez mais, em nossa sociedade moderna. Estudou vários modelos de tratamentos, dentre eles também as experiências de Henri Collomb, o precursor da Etnopsiquiatria, com vinte anos de trabalho na África, para entender como os curandeiros e as sociedades tradicionais, lidam com a doença mental.Quais os instrumentos para entender o social? Qual a estratégia para trazer o conflito para o presente e desatar o nó? Há relação entre fatos étnicos e doenças mentais? Em que tipo de sociedade eu teria mais chances de ser deprimido? O que é elementar no ser humano, independente da época ou etnia? Qual a função terapêutica da cultura? A importância dos Mitos para a sociedade. Que recursos culturais dispõem uma sociedade para prevenir situações previsíveis que geram ansiedade? Qual é o papel dos ritos?O que traz sentido a vida do homem? Qual o papel da cultura na formação de nossa personalidade? De que forma os ensinamentos antropológicos podem ser considerados no tratamento? Na prática diária, quais os critérios que determinam se uma psicoterapia será individual ou em grupo?A Terapia Social procura contextualizar o problema apresentado pelo paciente e, em seguida, compor com outros recursos sociais, para consolidar o tratamento. Marcos de Noronha faz trocadilhos com os títulos, compara seus antecedentes intelectuais com ingredientes para a confecção de um saboroso prato e escreve de forma descontraída, mas sem desconsiderar a responsabilidade e os critérios de uma pesquisa empírica. Compartilha os principais instrumentos utilizados, como a regressão para entender no caráter humano a etiologia dos problemas, as medidas de proteção que devem ser adotadas para o paciente em crise e as diversas formas de acolhimento que uma prática coletiva pode contar. A interpretação é a leitura subjetiva que fazemos a partir dos dados que obtemos de uma determinada pessoa ou situação. Tanto terapeutas quanto demais participantes podem, nas sessões de Terapia Social, por exemplo, apresentar suas opiniões sobre as pessoas e os fatos, porém, prevalece ali a troca de experiências. Isso diminui, dentre os participantes, a ocorrência de situações que levariam às resistências, e acaba proporcionando uma maior aceitação do diálogo. Além do mais, toda interpretação, em qualquer que seja a disciplina, é passível de erros. No caso da psicologia parece ser mais produtivo um processo de ofertas variadas, que ofereça ao paciente a possibilidade de sua identificação. Disciplinas como antropologia, história e sociologia sofrem também as mesmas dificuldades em relação à interpretação, ou seja, distorções decorrentes de avaliações subjetivas colocadas em forma de veredictos inquestionáveis.Além de chamar nossa atenção para aspectos sócio-culturais que influenciam a doença mental, o autor nos traz novos conhecimentos que pode, tanto contribuir com o tratamento, como servir de instrumento de transformação de social. Participar da Terapia Social é indagar sobre a forma de vida atual, desejando que o homem do futuro, que na diversidade tenta discriminar e excluir encontre uma melhor organização do coletivo, que possa despertar o potencial humano para a tolerância, a criatividade e o prazer.