LIVRO Solidão PDF Jorge Linhares
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Resumo
A solidão é um dos maiores males dos nossos dias. Afirmo isso como alguém que lida na área de aconselhamento. A solidão é um problema que tem levado muitas pessoas à loucura. Muitas vezes, sou procurado por pessoas desesperadas, sozinhas, que não têm com quem contar, alguém que possa ouvi-las, dar-lhes uma mão amiga, enfim, andar junto. Outras estão sós por escolha. Preferem a solidão, o isolamento. Às vezes, se decepcionaram, foram traídas, ou então procuram se afastar por egoísmo, pois não querem se envolver, ajudar.Mas, independentemente do motivo da solidão – se é uma escolha ou se a pessoa foi abandonada –, ela é um grande mal.Aqui faço uma importante observação: é preciso distinguir solidão de solitude. Solitude é o querer estar só. Sozinhos, diminuímos ruídos externos e amplificamos vozes interiores, tanto as que precisamos calar, quanto as que precisamos ouvir. Se não fizermos “silêncios”, não conseguiremos discernir as vozes que gritam dentro de nós. Se não as discernirmos, não saberemos a qual devemos dar volume e atenção e qual devemos calar.O próprio Senhor Jesus, de vez em quando, buscava ficar sozinho e procurava lugares desertos para orar. Nós também devemos valorizar momentos de “solitude”, tão favoráveis ao descanso e à reflexão. Afastar-se de outras pessoas nem sempre é algo ruim, pois Jesus tinha o hábito de isolar-se regularmente das multidões e ficar a sós com Deus, depois de um dia de trabalho em meio às multidões. Era nessas ocasiões que ele orava e renovava suas forças. Ao contrário da solitude, a solidão caracteriza-se por um vazio existencial causado pela falta de relações significativas com pessoas que nos são preciosas e importantes. Mesmo que tenhamos a companhia de muita gente, se percebemos que nos falta uma ligação básica com elas, se sentimos que não fazemos parte do grupo ou que este não faz parte da nossa vida, se nos faltar um senso de importância e intimidade, experimentamos a solidão e passamos a nos sentir como o salmista:Sou como o pelicano no deserto, como a coruja das ruínas.Não durmo e sou como o passarinho solitário nos telhados (Salmos 102.6,7).Alguém pode se sentir solitário se estiver só e isolado, mas, também, cercado por uma multidão. Existe muita solidão nos orfanatos, nos asilos, nos hospitais e nas penitenciárias. Nós a encontramos entre os migrantes, os soldados, os solteiros e os que enviuvaram. Mas há solidão também nas grandes cidades, nos condomínios luxuosos, entre artistas e governantes, nas multidões apressadas e nas fábricas entupidas de operários. As pessoas estão nos bares, em festas, rindo, conversando, são populares, sempre cercadas, mas… no fundo, estão sós, não encontram quem possa ouvi-las, dar-lhes atenção.Mas não é preciso ser assim. O Senhor nos criou à sua imagem para que nos relacionássemos com ele. E no Éden, na viração do dia, ele vinha encontrar-se com o homem.Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás? (Gênesis 3.8,9).O pecado frustrou os planos do Criador. O homem escondeu-se do Senhor, afastando-se da comunhão com Deus. Por isto, a solidão é tão terrível: o homem não foi criado para viver só, isolado. Foi Deus mesmo quem afirmou:Não é bom que o homem esteja só… (Gênesis 2.18 – nvi).O que me levou a escrever este livro foi um grande anseio no meu coração de trazer às pessoas um sopro de esperança e mostrar-lhes que Deus está sempre perto, desejoso de nos abraçar e de andar ao nosso lado.