LIVRO Príncipe Cordial: Amar é como ser afogado varias vezes PDF B. Blauth

— Eu falei para você fugir. — Disse o monstro surgindo atrás da garota distraída. Ela havia parado no meio da rua estreita, na imensidão da noite, estava curiosa para ler o bilhete que recebera, pois poderia ser de um jovem apaixonado, que escrevera um lindo poema, foi o que pensou quando um menino mal vestido com uns sete anos lhe entregou o bilhete com a condição que ela só lesse depois da meia noite em um lugar vazio. E assim fez, estava sozinha na rua, sem se preocupar com os perigos, leu o bilhete em voz alta. Não sabendo que estava chamando seu próprio fim. Ao vira para vê-lo, seu pés perderam a força a fazendo cair no chão, de olhos sobressaltados perante a coisa mais horrenda que ela já vira. Os olhos marrons, seus braços e metade do rosto eram pintados de preto como se tivesse passado carvão, os braços finos com dedos semelhantes a garras. Em suas costas e ombro tinham pontas afiadas de ossos cobertos de sangue—Não! Você não. —Gritou à jovem se arrastando pelo chão. Mas ele apenas sorriu exibindo uma fileira de compridos dentes afiados de cor amarelada que cortava os lábios a cada fala, sorria achando graça da jovem suja e machucada, que estava encolhida de medo.—Sim, eu falei você não lembra? Não entre nesse beco você vai morrer, quer dizer o dono desse corpo tentou dizer. — explicou ele se aproximando alguns passos.Sim ela tinha escutado, mas pensou ter sido coisa de sua imaginação fértil, lhe pegando peças, como muitas vezes tinha feito. Ele não esperou que ela respondesse e prosseguiu—Oh! Isso mesmo, ele pode entrar na mente de belas jovens corajosas. Mas ele nunca consegue salva-las. Mas continua insistindo. —Então após dizer isso ele a agarrou com força—Por favor, me deixe ir… O que você quer comigo?— Sua vida. —suspirou pesadamente, como se estivesse entediado— Por quê?— perguntou ela em um fio de voz.— Eu só posso viver se tiver o coração de uma jovem pura, e eu não quero morrer sabe? Então adeus! —Ele a beijou, enquanto suas unhas monstruosas se transformavam em garras, e sem dar tempo para ela quebrar a hipnose do beijo lhe arrancou o coração.Um Príncipe nem um pouco cordial, que fora destinado a uma vida macabra. Nunca sentiu o amor, pois não podia, a dor era mais forte, precisava ocultar suas emoções.Vivendo para roubar corações de belas moças para permanecer vivo. Mas há um que ele não vai precisar roubar… Chegará o dia em que o coração dele voltará a bater? Talvez!Essa era a vida que o jovem príncipe do reino de Darkeng levava, abandonado pelos pais, deixado sozinho para sofrer com seu destino miserável, e ainda por cima cuidar de um reino enorme, se não fosse Ramon, o servo que cuidará do menino até o mesmo tornar-se um adulto, era o único que sabia do segredo do príncipe e mesmo assim o ajudava, era contra assassinatos, mas por seu príncipe quase filho, ajudava-o em suas “caças” para conseguir permanecer vivo.— Mate-me Ramon, e acabe com esse monstro. Certa vez pediu, quando estava exausto pela dor em seu corpo, a dor pela energia que o animal preso dentro dele sugava dia após dia.— não vou matar você, mas vou a qualquer lugar com você por sua cura. Vamos encontra a cura.- Disse Ramon— A morte é a minha cura. —suspirou estupefato, prestes a desistir.— Sim, a morte é a cura para todos os males, mas ninguém pode usufruir dessa cura estando morto. Disse Ramon por fim, calando o jovem príncipe.