LIVRO O Poeta Pobre PDF Amaury Yamashiro

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Resumo

Eu comecei a escrever esta poesia em 1983, tinha vinte anos e estava no último ano da Fatec de São Paulo. Em 1984 eu terminei a faculdade junto com este livro, e desde então ele ficou engavetado para eu poder viver a minha vida de tecnólogo e de engenheiro.Hoje, 33 anos depois, eu resolvi abrir a velha gaveta e puxar o meu livro empoeirado, e te convidar para abri-lo. Pense nele como num vinho da melhor safra da minha vida, quando a uva estava no seu esplendor de frescor, de doçura, de aroma e de pureza, e beba um pouco desta poesia.O Poeta Pobre conta a estória de um momento de fantasia, de magia que transformou um estudante pequeno e pobre de leitura, num poeta, só para poder exaltar a beleza da sua nova amiga, tão linda e tão rica de cultura.Mas logo veio a tristeza, uma doença… Retirando a protagonista de cena…Caro leitor, daqui eu me despeço abrindo a cortina do tempo para te introduzir no ponto onde se inicia o prefácio daquele livro, na velha Fatec de 1983… Boa viagem!E mesmo que você não embarque agora, por favor, deguste alguns petiscos da poesia servida naquela viagem, com direito a uma taça de vinho da safra de 1984:No teu jeito delicadoeu vejo uma flor de gente.Na tua alma, sem procurar pecados,eu noto qualquer coisa diferente,tal como uma luzque emana dos teus olhos azuisrefletindo, acima de tudo, a tua imensa calma:”Os olhos são as janelas da alma”!…Mas é impossível ter o peito em brasa e manter a boca quieta!Por te conhecer, só por te ver,e te vejo em tudo, quero escrever,volto a querer ser poeta!Então, entro em mime vasculho as gavetas,procuro as letras…Encontro o meu fim:Só palavras humildese simples consegui ajuntar.Sou pobre demaispara querer te cantar.Mas diante de tanta inspiraçãoeu sinto que a causa é nobre!Então, do fundo do meu coraçãovai sair um poeta sem letras: O poeta pobre!…Uma flor se deslumbra quando abre o seu olho,o sorriso no rosto jamais se apaga,e sem mostrar dentesmostra um singelo miolo.Tu és uma flor se abrindo,soltando o teu perfume num sorriso lindo!…Bailarina do céu,antes tu eras muda e eu não ouvia o canto teu,mas um dia o teu palco acendeue tu brilhaste nos olhos meus.Mas logo veio o relentoe anoiteceu,mesmo assim dançaste no frio do vento,no palco apagado: Na tua plateia ainda estou eu!…Tão imensa e profunda, tu pareces com o mar.No fundo de ti se acumularam os tesourose do fundo de ti subiu a luz dos teus ourosressuscitando o pirata que matei em mimpor querer navegar pelos sonhos, sem rumo e sem fim….Por teus olhos azuis e brilhantesfoste te fazendo água marinha,e por uma pernafoste perdendo os passos,e por teus mistériosfoste te distanciando dos homens,e por teus encantosfoste te tornando lenda,e por toda esta magiafoste te tornando sereia….(Fatec)Para esta faculdade que aparecena estação do metrô Tiradentesenchendo os olhos da gentecom árvores gigantes na frente!…Não sei olhar para ti sem notar o teu corpo,as tuas pernas nas árvores gigantes da frente,a tua cintura no meio delas,os teus braços estendidos nos galhos do alto!…E pensar que em noites como estaeu já estive aí entre as tuas pernas,na brisa mais fresca da vida,contemplando as estrelas mais lindas do céu!…Agora, depois de formado, é hora de partir, “oh abandonado!”A hora em que o poeta, ainda criança, se aposentae uma nova profissão se apresenta!A hora mais triste da vida,a hora em que a minha poesia se finda!…E neste momento de dor,eu me detenho à distânciacontemplando o teu rosto…Que não mais envelhece,nem me reconhecesporque agora quem envelhece sou eu!E esperando ansiosoque me reconheças de novo,procuro por um sinal…Por um último vento que sacuda os teus braçose envolva minha alma num grande abraço,num ADEUS FINAL!