LIVRO Idiotas Felizes PDF J. L. Silva

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Resumo

Ácido, provocante, instigante, reflexivo. Os poemas de “Idiotas Felizes”, sexto livro do jovem e talentoso poeta J. L. Silva, enveredam por diversos temas, indo do amor à crítica social, indo da tristeza à felicidade – seja ela verdadeira, se é que ela existe, ou irreal.
O ritmo perpassa os poemas com rimas, muitas vezes, descomprometidas, e que dão à obra uma fluidez natural e um tom leve. Assim, o leitor percorre com avidez e curiosidade, esse caminho não livre de armadilhas. Já que, muitos dos poemas deste livro começam com um verso simpático e convidativo, porém, de repente, levam-nos para os abismos de nós mesmos, instigando-nos à reflexão, fazendo-nos questionar a nossa própria concepção de felicidade, de amor, de solidão e companhia, de tristeza e de poesia.
J. L Silva, em muitos momentos, é autobiográfico e transforma em nossos os seus anseios, por serem inerentes à alma humana, pelo menos às almas sensíveis, isto é, às “almas nuas”. O menino que, aos poucos, amadurece, a criança inconstante que encontra na leitura e nos poemas, não uma fuga à realidade, mas uma realidade à triste fuga que é a vida.
Nessa obra, o poeta questiona a sua própria função e a função da poesia, que seria desabafo ou inspiração? Seria lirismo ou um vício, ou então seriam ambos? Uma sede de versos que nunca se acaba “Não sei o que faço, com tanto amor estocado, dentro do peito”, o poeta se pergunta, mas, no fundo sabe sim, esse amor aqui é traduzido, revertido em poemas que, assim como sorrisos sinceros e discretos que nos roubam de nós mesmos, arrebatam-nos de forma sincera, pungente e profunda.

André Mascarenhas
Escritor, Pós-Graduado em Cultura e Literatura e Graduado em Letras.

Dizem que para se conhecer alguém é necessário comer um quilo de sal juntos. Eu e J. L. Silva temos no máximo uns 5 gramas. Mas mesmo assim, apesar de haver ainda muito sal a ser compartilhado, nós nos reconhecemos.
Para os espíritos velhos – como é o caso de Silva – não importa a idade, ele será sempre uma alma sensível, de poeta. E por isso mesmo, permitiu-me perscrutar os meandros da sua poesia, uma intimidade de anos de sal juntos!
Mas nada disso importa. “o importante é que a porta / sempre estará aberta / para versos meio-alegres”. O que importa é que desde 2016, J. L. Silva nos brindou com a publicação de seu primeiro livro e de lá para cá vem nos brindando com sua poesia rica e farta, sendo este o seu sexto livro.
Importa ainda, àqueles que como eu – ávidos de uma literatura que satisfaça os sentimentos e o prazer estético – é que ele continuou a escrever, “como quando / tenho fome / na mesma fôrma / da mesma forma / que escrevo / porque das palavras / sinto necessidade”. Isso importa!
Em Idiotas Felizes J. L. Silva consegue da primeira à última página, que nossa respiração oscile entre a graciosidade de Toda amargura, a melancolia de Alcoolirismo, a nostalgia d’A receita e a paixão. Muita paixão! Não aquela paixão rasa, que desaparece à primeira contrariedade, mas uma paixão tão intensa que chega a ficar Arroxeado, uma paixão “De osso puro / é a voz que urge / de fome incólume / a sombra vil / do intelecto”.
Nem econômico, nem banal, seus versos são cadenciados e leves, e ainda viscerais e intensos. Seus neologismos brincam com sons, significados e sentidos. Suas palavras brotam das páginas como se nascessem a cada linha, enlaçando distraídos e atentos.
Portanto, você que agora tem esse livro em mãos, não o deixe escapar!
Pode parecer que você tenha escolha de devolvê-lo à prateleira, mas não. Porque tanto para você quanto para o poeta já não há mais escolha. Para ele, “Agora é tarde, virei escritor / mas realizei meu desejo / crio palavras num lampejo / do brilho de uma estrela: / desexistir, abservar / escreventista, crimbar / abracejo… / agora só me falta vendê-las / em poemas, no varejo”.
E para você resta somente o deleite, o encantamento, o permitir-se.

Selma Braga Sartorio
Atriz, Bacharel em Letras e agente cultural.