LIVRO HORNN: preso entre linhas PDF Emanuelle Costfeit

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Resumo

Eu Emanuelle Costa Feitosa, terei de lhes contar esta história e o que vem ocorrendo dentro dela, saibam desde já que Hornn está perdido… Bom, eu tenho certeza de que ele adoraria saber que estou prestes a contar todo o ocorrido, na verdade, é o que ele gostaria de fazer, contar uma história já que é um escritor, assim como eu; mas infelizmente não será possível saber disto tudo pelas letras, ou palavras de Hornn, pois ele está perdido dentro das mesmas. É isso mesmo que você leu, ele está dentro de sua própria história. E como isso aconteceu? Ah, é aí que a história começa. Se prepare humano, para uma das maiores aventuras de sua vida.Era um dia comum como todos os outros que já haviam se passado, ele se levantou em seu quarto de hotel escuro e barato, acendeu aquela luz fraca e avermelhada, pegou sua caneta vermelha favorita e cheio de ânsia despejou palavras no papel; suas palavras sempre formavam histórias incríveis e estupendas, bastava sentir que precisava escrever e ele simplesmente ia lá e escrevia, o máximo que podia. Seu emprego na lanchonete da esquina não lhe dava o devido valor, seus trabalhos foram rejeitados diversas vezes por ouvidos fracos e olhos cansados, mas Hornn nunca desistiu de seu maior sonho: “O reconhecimento”. A muito tempo vinha trabalhando em uma história, um livro em que colocava toda a sua fé. Sempre pegava em sua caneta e a colocava contra as folhas, certo de que aquele trabalho iria lhe trazer grande parte de todo o reconhecimento do mundo; ele sentia a magia em suas próprias letras, sempre… Assim como eu sinto ao escrever isto. Todos nós sabíamos que toda essa dedicação um dia levaria Hornn a conquista de seu sonho, todos nós acreditamos em sua capacidade, só que ele acreditou mais. Era o terceiro dia seguido em que havia dormido apenas quatro horas, acordou na madrugada mas o sentimento era outro, algo estava estranho e ele podia sentir, algo além da vontade de escrever queimava em seu peito. O mesmo achou que poderia suprir essa forte vontade, esse forte desejo ao abrir seu caderno e segurar em sua caneta, mas ao fazer isso, foi surpreendido; seria a falta de sono e o pouco tempo que havia dormido, que estava resultando nisto? Pois não havia nenhuma explicação racional para o que acabara de ver, letras eram formadas sozinhas em seu caderno, as palavras aparentavam serem preenchidas de lava ao invés de tinta e eram escritas em uma velocidade razoável, Hornn, mesmo achando que aquilo fosse coisa de sua cabeça, que o ocorrido fosse impossível, resolveu ler cada palavra da folha: “Usei de uma madeira amaldiçoada para fazer estas folhas, e isto senhor Hornn também faz de mim um criador.” — As letras iam se preenchendo e a cada palavra formada a sensação em seu peito se apoderava mais. — “Estudei muito sobre você, quase a ponto de adquirir a loucura. Mas eu sempre soube lá no fundo que nada disto era impossível, e você também criador.” — A respiração passou a ficar ofegante sem que Hornn tivesse o controle disso. — “Eu sou sua criação, e agora lhe trago ao meu mundo.” — Ao ver o ponto final Hornn fecha rapidamente o caderno e o segura em suas mãos, não acreditando no que havia acabado de ver, estava soando feito um porco e passou a mão em seus cabelos lisos e molhados. Sentiu o caderno esquentar e o olhou confuso sem compreender o porquê de uma alucinação parecer tão real, saia fumaça de dentro do mesmo que tremia diante de seus olhos; sempre soube que um dia sua curiosidade iria lhe matar, mas não podia contê-la, decisão cruel essa, sem conseguir largar o caderno foi sugado para dentro do mesmo por uma força incomparável que o obrigava a fechar firmemente seus olhos; de olhos fechados e entre os poucos segundos, pensou que o que tivesse de ocorrer naquele momento, simplesmente ocorreria. E foi assim, que a jornada de Hornn entre suas próprias linhas, começou.