LIVRO Conversa com um Professor Insatisfeito com a Educação PDF Noé Amós Guieiro
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Resumo
O magistério tem-se tornado uma profissão cada vez menos atrativa, em função das condições de trabalho, que vão desde a baixa remuneração, passando pelo estresse com riscos iminentes de doenças físicas e, principalmente, mentais, pelos riscos de violação à integridade física do professor, já que a mental é agredida diariamente, pela falta de apoio das famílias, pela cobrança de cumprimento de metas estabelecidas pelos governos, pela tentativa constante de controle da liberdade de cátedra por meio de programas prontos para serem executados e pela imposição de uma metodologia tida como correta. Fora o assédio moral implícito e até explícito nos cursos de formação, que tentam convencer o professor de que ele é a causa do fracasso da educação.Somem-se a isso as intervenções feitas em sala de aula por gestores que invadem esse espaço para ver como o professor está trabalhando, o que passa o recado para o estudante de que seu professor não é confiável e não tem a competência necessária para contribuir com sua formação. Temos também um conjunto de ideias pedagógicas que são impostas como sendo mais eficientes do que o olhar do professor que está diariamente em contato com a realidade e é aquele que, de fato, sabe em que dose deve dar o “remédio” dos conteúdos curriculares.Ainda temos a exigência de aula diferenciada, a ignorância do papel da família na educação da criança e do adolescente e a crença de que teorias possam ser mais eficazes do que os instintos materno e paterno na condução da educação dos filhos, para que a escola fique responsável apenas pelos conteúdos para o trabalho e para a vida.Por fim, os professores são obrigados ao uso de um vocabulário politicamente correto, e utilizar palavras diferentes não é uma opção, sob a pena de ser tachado de inferiormente moral. Aliás, ele é doutrinado o tempo todo a seguir uma “linha” ideológica e, da mesma forma, precisa adotá-la, caso contrário, vai ser perseguido ou ter de viver no ostracismo. Se, no passado, o magistério tinha a adesão de muitas pessoas, não é o que ocorre nos dias de hoje, pelo menos não no Brasil. E disso dão provas os próprios estudantes que afirmam que não seriam professores pelo que testemunham em sala de aula.