LIVRO As Três Princesas Perderam o Encanto Na Boca da Noite PDF Nagib Jorge Neto

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Resumo

O grande mérito de “As Três Princesas Perderam o Encanto na Boca da Noite” é o tom de sinceridade impresso pelo autor desde a primeira linha. Sente-se, mais que um conto, ou um desfilar de contos, uma tentativa de abranger todo um pedaço de sua terra com as narrativas de tom diverso, de ritmo variado, de assunto múltiplo. Um pedaço de terra que acaba sendo uma terra inteira.Mas este não é o único mérito no livro de Nagib Jorge Neto. Além da sinceridade, há o valor intrínseco da obra como exercício de literatura. A vida do Nordeste, seus tipos e desventuras, são uma constante nos 14 contos de Nagib Jorge Neto, reunidos neste livro, todos de boa qualidade, e um deles – justamente o que dá título ao volume – podendo ser apontado, inclusive, como uma obra de arte.De construção elaboradíssima, o conto-título consegue ao mesmo tempo apresentar um ritmo de cordel e uma fluência de prosa. Mas é essencialmente literatura de cordel. Dessa, guarda a cadência, a rima, o espírito, a força, a linguagem aprimorada, a estrutura, a musicalidade. Do conto, guarda a conformação, a construção, o estilo. Se por um lado, essa mélange artesanal e extremamente trabalhosa, ao mesmo tempo um resultado raro, tem o mérito de fascinar um Ariano Suassuna ou um Hermilo Borba Filho, por outro, o livro de resto também se faz notar como um trabalho importante de aproximação da linguagem e temas essencialmente nordestinos, mas não regionais, à literatura – da mesma forma como Suassuna fez com o teatro. E se faz notar não apenas como trabalho literário, mas como denúncia de uma “hipocrisia da sociedade burguesa”, apresentada através de uma narrativa erótica, quase bíblica, com o timing exato que o conto elaborado permite imprimir à narrativa.Sobre o AutorNagib Jorge Neto é natural de Olho D’água, distrito de Pedreiras, no Maranhão. Começou sua vida profissional como repórter em São Luís, na Rádio Timbira, em 1958. Mas já atuava em 1956, ano em que – juntamente com José Carlos Brandão Monteiro, jornalista, advogado, ex-deputado federal e Secretário de Estado no Rio – redigia, editava e vendia o jornal “Tribuna Estudantil”.Em 1959 entra no “Jornal do Dia”, colabora com o “Jornal Pequeno”, o “Tribuna Estudantil”, órgão da União Maranhense dos Estudantes Secundários, que presidiu entre 1958 e 1959. Entre 1961 e 1963, assume a Secretaria de Redação do “Jornal do Povo”, de propriedade do jornalista Neiva Moreira e dirigido pelo poeta Bandeira Tribuzzi.No Golpe de 64, com o “Jornal do Povo” fechado, deixa São Luís e passa a integrar, com ajuda do poeta Lago Burnett, a equipe do “Jornal do Brasil”, na sucursal do Recife. Depois, passa a colaborar com as revistas “Realidade” e “Veja”, “Jornal da Tarde”, “Jornal do Commercio” e “Jornal da Semana”, do qual foi editor chefe. Em 1968, com o texto “O Progresso Do Nordeste e A Difícil Vez De José”, publicado no JB e no Jornal do Commercio, ganha o Prêmio Esso Nacional de Informação Econômica.Como jornalista, publicou os livros “Longe do País dos Sonhos” (reportagens, histórias, 1981); “Que Zorra, Camarada!” (textos políticos, 1991) e participou da elaboração do livro “Onde Está Meu Filho?” (1982), que enfoca o desaparecimento de Fernando Santa Cruz e Eduardo Collier.Ainda publicou “Elogio da Resistência”, na coleção “Perfil Parlamentar, Século XX”, da Assembleia Legislativa de Pernambuco, sobre as idéias e lutas do advogado, escritor, político e militante comunista Paulo Cavalcanti. Na ficção publicou “As Três Princesas Perderam o Encanto na Boca da Noite”, “O Presidente de Esporas” e “O Cordeiro Zomba do Lobo”, além do romance “A Fantasia da Redenção”.