LIVRO – a realidade se impõe PDF Rogerlando Cavalcante

A distopia é uma inversão para, mostrando a realidade, desmascarar o utópico – os fatos mostram que há discrepância entre o que se propõe (como utopia) e as práticas, o que se diz não se pratica: toda utopia, na prática, é falaciosa. Demagógica.A literatura chamada distópica expõe os males da utopia: o totalitarismo – A Revolução dos Bichos e 1984, George Orwell, por exemplo.As soluções que dispensam a liberdade nunca acabam bem.Interessa notar que, quase sempre, o mal começa propondo o bem:– Se propõe acabar com a miséria, acaba levando, por exemplo, a fome para todos;– Ao propor a liberdade, acaba por silenciar qualquer um que ouse discordar do partido único, do pensamento único, da fé única, da estupidez generalizada… Que triste é viver vigiado pelo vizinho, como em Cuba, como na Venezuela, como na Coréia do Norte, como na China, como no Irã…como no inferno, que são as ditaduras. A coletividade que anula o indivíduo – o ditador nunca está sozinho.Nas democracias também se é vítima de patrulha, especialmente por parte daqueles que justamente – que ironia! – distorcem valores e moral: tomam, por exemplo, por filiação ideológica, bandidos por heróis… Quem, numa democracia, ataca as instituições, a imprensa livre e defende, direta ou obliquamente, corruptos compromete a liberdade dos outros e revela seu caráter autoritário – e obtuso. Quem defende corrupto corrompe (…)É gente que subestima a inteligência alheia e superestima a própria.Os crimes de um réu não condenam, tampouco inocentam outro… Os crimes de ambos servem – condenados ou inocentados – para se mostram a vitalidade e a validade do Estado democrático de direitos.(…)O outro lado é que, agindo assim, essa gente se revela, pois: “…a realidade se impõe/ E distorções e retorcidos expõe”.(…)