LIVRO Coimbra e o Imaginário: A cidade entre o Romantismo e o Estado Novo PDF Nuno Rosmaninho

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Resumo

Coimbra distingue-se por ter mantido durante séculos a única universidade portuguesa. Isso conferiu-lhe uma particularidade, um valor e um imaginário. A construção da cidade universitária durante o Estado Novo revelou as subtilezas desse imaginário e a sua conexão paradoxal com fortes impulsos destrutivos. O presente livro tem o objectivo de mostrar as ligações entre a mundividência académica coimbrã e o património.A feição tardo-romântica do imaginário de Coimbra, estudada nos primeiros capítulos, observa-se com clareza nas alusões ao Penedo da Saudade, nas mutações da praxe dos estudantes e em obras literárias actuais. Estas manifestações de apreço pela tradição contrastam com a destruição do núcleo histórico realizada pelo regime salazarista e aconselha a saber o que sucedeu no século antecedente. Para esse efeito, apresenta-se o restauro da Sé Velha, a destruição endémica subsequente à extinção das ordens religiosas, o desprezo persistente pela Baixa e duas campanhas exemplares de defesa do património. A preservação do arco da barbacã de Almedina e o desaparecimento da Igreja de São Bento apontam para uma mistura de descaso e autoritarismo que sustentou a revolução urbanística da Alta.A construção da cidade universitária, ensaiada nos anos trinta, arrancou em 1941 e prosseguiu, no meio de arrasamentos sistemáticos e a edificação de grandiosos edifícios, até 1975. Será legítimo aludir a um urbanismo autoritário e a uma expressão totalitária da arte? A resposta a esta pergunta ocupa dois capítulos e tenta compreender o inesperado processo de patrimonialização da cidade universitária de Coimbra que acompanhou, a partir de 2011, a sua classificação como Património Mundial da UNESCO.Contém 46 ilustrações.