LIVRO ARANHAS, SOBEM PAREDES, MONTAM REDES, SEM RÉDEAS PDF Rogerlando Cavalcante

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Resumo

Poema biográfico, mas sem saudosismo – o sentimento que invade o poeta é outro: é o de reminiscências que nos reiteram e define e que o tempo quando não apaga, borra. O poeta volta à sua infância não por saudade, ou para revivê-la, mas para registrá-la contra o esquecimento.Montar uma rede como se fosse um “cavalo e égua” – um animal fantástico de pano e dois gêneros – consistia em que uma e uma outra criança deitavam-se – como Harry Potter em sua vassoura para jogar quadribol –,uma em cada punho da rede: um lado, o cavalo, o outro punho, a égua. E se impulsionavam – como numa gangorra – a fazer o animal pular: a intenção era derrubar do cavalo ou da égua: levar uma das crianças da rede ao chão, ou salvar-se pendurada nos punhos. E como os versos estão encadeados, pendulares, circulares, as palavras movem-se magicamente em todas as direções, “redes” significam também as tramas das “crianças aranhas”, e ao imaginário delas que “sonham acordadas e jamais dormem” – estão permanentemente na persona do poeta.Também ninguém tem uma infância, mas várias: (…)Passa pela fase em que a criança é brinquedo, todo mundo pega, mima, consola…a linda do aprendizado maternal da língua, pela da escolaridade, a de rua, a de amizades…e a gente cresce e não termina nunca.