LIVRO O Polonês: Contos PDF Mary Shelley

ERA quase o fim do dia quando uma calèche itinerante, vinda de Roma, se aproximou a galope em direção a Mola di Gaeta. A estrada que leva à pousada é rochosa e estreita; de um lado, um laranjal, estendendo-se para o mar; por outro, uma antiga muralha romana, coberta por arbustos florescendo, enormes aloés, emaranhados flutuantes de trepadeiras e mil espécies de plantas parasitas peculiares ao sul. Mal a calèche entrou nesse desfiladeiro, quando o descuidado postilhão dirigiu uma das rodas por uma saliência da rocha e a derrubou; e, no momento seguinte, uma multidão de pessoas veio correndo para o local. Nenhum deles, no entanto, pensou em aliviar o viajante dentro do veículo caído; mas, com gestos violentos e protestos altos, começou a examinar que dano a calèche havia sofrido e que lucro poderiam obter dela. O cavaleiro declarou que todas as rodas estavam quebradas; o carpinteiro de que as flechas estavam lascadas; enquanto o ferreiro, passando e repassando sob a carruagem, puxava cada grampo, parafuso e prego, com toda a violência necessária para garantir a si mesmo um belo trabalho. O viajante que ela continha havia se retirado silenciosamente de várias capas, livros e mapas, agora descendo lentamente, e por um momento a multidão ocupada esqueceu sua inquietação, para contemplar a figura nobre do estrangeiro.