LIVRO No assoalho duro PDF Ronald Augusto
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Resumo
Em “No assoalho duro” encontramos uma linguagem com a qual o autor nos põe em movimento. No entanto, a comoção não se esgota na atribuição de sentidos ao texto (poema), ela ultrapassa essa condição porque assim que providenciamos cômodo aos primeiros significados das sentenças, somos compelidos a manobras interpretativas nada regulares. As imagens construídas oferecem-nos ao inesperado. Para tanto, artifícios como a oposição de parônimos servem não apenas à construção melódica dos versos, mas também às rupturas que suscitam os estranhamentos de tais aproximações: “à tarde esperam sobre esporas altaneiros”; “já esse posfácio não sai fácil”; “querendo levar a cabo missão sem solda e soldo”. Nesse poema, que dá título ao livro, o leitor repropõe os sentidos aos quais acabara de acomodar-se, pois que já não servem aos versos por onde avança sua leitura. Tão logo a imagem se estabeleça, é retirada ao factual. Para adiantar-se no texto o leitor acaba por servir-se das fraturas, dos fragmentos do que até então fez arruinar, vai buscar no sono a matéria de sua vigília: “me aproximo de tombar em sono suave/[…]/barra o sono essa conversa errorosa/melhor num outro dia dar sítio à prosa”.